Passei o Convento de Vairão e a Ponte de D. Zameiro - a que já ouvi chamar “Ponte da Maia” - embrenhei-me por “Terras de Faria” a caminho da Ponte de Barcelos; O meu destino era Barcelos!
Por ali as ruas, já minhas conhecidas, sendo boas, não são largas e o movimento não era intenso.
Não teria prestado grande atenção à paisagem se o meu “pendura” não me fosse chamando a atenção para o encanto, que nos rodeava.
Foi grande a tentação de encostar, para ver melhor as aldeias e os autênticos palácios e grandes casas. Todas “boa traça” e boa construção e adornadas de cuidados jardins. Muitas, há muito reduzidas a “elegantes casas de Verão”.
Não há Caminhos de Santiago que
passem por terras que tanto leite produza.
São terras cheias de História,
de lendas e de contos por contar.
O Minho não se fica pelo leite.
É Terra que clama por Poetas, Por Pintores que dêem mais relevo e colorido à paisagem; clama por Músicos que explorem a extensa etnografia e o folclore; a gastronomia e as canecas de vinhos irrequietos, frutados e frescos.
As irrequietas, coloridas festas que se estendem como luzes, por todo o Minho e pelo Verão inteiro.
Recordações de tempos idos de “atroadoras 21 tiros dasalvoradas”, ao estrelejar de fogos
coloridos das noitadas que ao longe “distribuem convites” para a “ - nossa festa” se aquele povo não fosse tão acolhedor e tão amante de festas e de convívio.
Encostado à berma tentei parar uns instantes, mas a estrada, não oferecia espaço para aparcamento ínfimo que fosse; os passeios, impecavelmente arranjados, com cinquenta centímetros de largura não ofereciam a menor segurança ao pobre peão ou ao peregrino.
Foi aí que notei um peregrino de bordão e mochila, que pé no passeio, pé na estrada laboriosamente regressava de Compostela.
O passeio, dificultava o peregrinar e nada defendia do trânsito.
Pensei:
«- Será esta gente alheia ao
Turismo e aos “Caminhos de Santiago”?Aqui é “tanto o leite” e “tanto o mel” que nem as Autoridades se aperceberam de que a “Via Láctea” também passa ali; Pelo Minho!
mc santos leite
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